setembro 28, 2012

Um Fio de Meada


Num colóquio sobre Sincronicidade e Carl Jung na Faculdade de Letras em Lisboa, organizado pela ALUBRAT (Associação Luso Brasileira de Transpessoal) encontrei-me na mesa dos palestrantes entre Dalila Pereira da Costa e Carlos H. C. Silva. Ambos me tocaram pela presença e pelas palavras, também as que me dirigiram pela minha intervenção,  encorajadoras que foram na confirmação do caminho.
A leitura de obras da Dalila P. da Costa  foi para mim muito inspiradora, em especial pela forma como transmite a abertura e o deslumbre na união com o Amor Maior.
Mais tarde, no meu encontro com a Filosofia Portuguesa que se deu em Sesimbra através do grupo de amigos de Agostinho da Silva, conheci Paulo Borges, António Telmo e foi então que  retomei o contacto com Dalila. Dos três recebi inspiração, encorajamento e apreciação quando me aventurei no Reino da Consciolândia para escrever As Aventuras de Ego de Todos Nós.
Com profundo respeito e gratidão dedico a Dalila Pereira da Costa, Mulher fecunda em Graças, na saudade de uma partida que O não É, o poema Mulher Mátria e um Sonho Luz tido na madrugada da
Lua Cheia das águas de Neptuno e, bem a propósito, também Dia internacional da Mulher deste ano de 2012, no qual a Lua, a Mãe Terra e Todos Nós recebemos as vibrações de explosões pouco usuais no Sol fecundador.

Mulher Mátria

Teu corpo sangra.
E nessa morte
renasces
eternamente,
num redondo
sem princípio
nem fim.

És.
Fecunda, sempre.

Forte na partida
no prazer da diáspora,
cumprida.

Doce no regresso
aberta
consentindo em ti
outras vidas.

Sem mais dor
de (te) prenderes
no desejo vazio
que já não és.

Corpo terra,
mar sangue.
Mulher vida.
Mãe.
Pátria.
Amada amiga.
   
Toda vazia
só podes receber.

Potência de ser.
Consagração amorosa
do poder de criar.

Corpo
sacrário ardente
teu fogo resplandece.

Emoção interior
união semente
lua autogerando
no ventre
O que recebes
de um sol...

Rende-te.
Incendiada
aberta que foste
pela chave do sagrado

para sempre...

carminda proença                      
sesimbra às 11h do dia 1 de Junho de 1991.

Sonho Luz

Todos sabemos como a reciclagem e a não poluição são críticas para a sobrevivência do planeta Terra e de todas as espécies que nele vivem. Sabemos também como é urgente encontrar novas formas de lidar com o aumento das necessidades energéticas.
Sabemos ainda que a vida no Universo é feita de vibração e partículas a que chamamos energia, desde a radiação cósmica primordial até à maior densidade da matéria que se vai formando ao longo da sua expansão. Aprendemos que diferentes estados de manifestação correspondem a diferentes frequências de vibração.
Sabemos que não podemos percecionar ou compreender e muito menos podemos controlar todo esse Universo vibratório e suas múltiplas manifestações.
Podemos nós de algum modo influenciá-las? Até que ponto?
Poderemos realmente diminuir a poluição e tornar mais limpa a Terra que habitamos? É a poluição unicamente uma condição do que chamamos matéria ou poderá também ser um estado mental ou emocional? Ou até mesmo um estado espiritual…?
O Planeta Terra parece ser capaz de reciclar, transformar e recriar a maior parte das formas de vida que nele existem. E nós, humanos, até que ponto somos capazes de compreender como podemos reciclar, transformar e recriar não só a matéria que manipulamos e seus detritos mas também os nossos corpos, pensamentos, emoções, cooperando consciente e responsavelmente na obra de criação que todo o Universo parece ser?
Algo de importante e crucial falta ao nosso entendimento para que possamos “ver” como realizar esse desígnio, sabendo nós que matéria e energia, em nós humanos e em toda a criação, são parte de uma mesma realidade vibratória. Esta consciência parece ser vital para que, como humanidade, alcancemos o que pode permitir à nossa espécie sobreviver e desempenhar o seu papel na harmonia da própria vida.
As necessidades de produzirmos mais e mais energia para alimentar aquilo a que chamamos ilusoriamente melhor qualidade de vida, levam-nos a transformar materiais que a Terra nos oferece em outros que ela parece incapaz de reciclar: lixos radioativos, derivados do petróleo e toda a espécie de poluição.
A luta pela posse das fontes de energia inunda-nos de poluição emocional que explode em violência destruidora.
No nosso tempo parece urgente e crucial para a sobrevivência que encontremos novas formas “limpas” e pacificas de obter a energia suficiente para a saúde e harmonia básicas de Todos Nós.
O que pode tornar esta nossa época especial nessa busca?
Está agora a chegar à Terra radiação do exato momento da criação universal e alguns cientistas esperam assim conseguir obter informação que possibilite novas soluções para este problema. Talvez novas maneiras de entender a realidade e novas experiências vibratórias possam ser abertas na nossa mente e sentidas nos nossos corpos capacitando-nos para nos tornarmos conscientes de novos estados de ser, de novas formas de produzir e utilizar energia…
Alguns afirmam que esta caixa de Pandora está prestes a abrir-se ao mesmo tempo que a ciência fala da Partícula de Deus e afirma que em breve poderá conseguir demonstrar a sua existência. Partícula de Deus é a alcunha usada para referir o bosão Higgs pela sua enorme importância na confirmação da atual teoria sobre a existência do Universo.
Esta nova vibração, esta nova luz está certamente também a atingir a nossa Consciência. Existirá sincronicidade entre os cientistas que trabalham para desenvolver o conhecimento necessário à tecnologia de utilização da reação nuclear de baixa energia - abundante e não poluente, também chamada fusão a frio, que pode originar grandes mudanças geoeconómicas e minorar as tão nefastas alterações climáticas – e os praticantes da espiritualidade interior, cada vez mais numerosos e cuja intuição e sentir vem revelando a existência de uma luz acessível à visão interna, uma faísca brilhante irradiante, que na sua consciência e no seu corpo se revela como uma miraculosa Presença de harmonia, de amor e cura?
Seja qual for o nome que chamemos a essa Presença Viva que nos habita – Origem, Fonte, Presença, Mestre, Eu superior, Deus, Espirito – qualquer um de nós que a ela se abra na sua busca espiritual, que nela acredite e confie, mais cedo ou mais tarde senti-la-á e com ela se encontrará no mais profundo e íntimo do seu ser.
A alma (re)conhecerá essa luz. Arde como um fogo mas não queima. É uma luz que não faz sombras antes dilui toda a separação, como o ar. É uma água de luz cristalina que não molha mas lava todos os medos…
Uma fonte primordial de Vida, presente em todos os seres, em todos os humanos, em toda a Criação.
Ao procurarmos e focarmos essa Luz interna descobrimo-nos antenas que a transmitem tal como a recebem. E nessa partilha todos saberemos também o que cada um tem a fazer para prover as suas necessidades e as de todos os seres, em total paz e harmonia.
O Poder desta Luz que transforma e transmuta o nosso ser, que transcende os limites da separação e nos capacita a sentirmo-nos Um, totalmente imersos nesse Amoroso e doce alimento não têm limites. Acabarão as ilusões, os próprios conceitos de “evolução”, de “espaço, “de tempo”, de “realidade” se transformarão.
Assim é a Luz do Cristo Ressuscitado, a Ascensão até à Origem onde as nossas raízes se ancoram firmes e seguras. O regresso a Casa de onde nunca verdadeiramente saímos e onde nos conheceremos na verdade do Ser.
Carminda Proença
sesimbra, 8 de março de 2012.

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