Num colóquio sobre Sincronicidade
e Carl Jung na Faculdade de Letras em Lisboa, organizado pela ALUBRAT
(Associação Luso Brasileira de Transpessoal) encontrei-me na mesa dos
palestrantes entre Dalila Pereira da Costa e Carlos H. C. Silva. Ambos me tocaram
pela presença e pelas palavras, também as que me dirigiram pela minha
intervenção, encorajadoras que foram na
confirmação do caminho.
A leitura de obras da Dalila P.
da Costa foi para mim muito inspiradora,
em especial pela forma como transmite a abertura e o deslumbre na união com o
Amor Maior.
Mais tarde, no meu encontro com a
Filosofia Portuguesa que se deu em Sesimbra através do grupo de amigos de
Agostinho da Silva, conheci Paulo Borges, António Telmo e foi então que retomei o contacto com Dalila. Dos três recebi
inspiração, encorajamento e apreciação quando me aventurei no Reino da Consciolândia para escrever As Aventuras
de Ego de Todos Nós.
Com profundo respeito e gratidão
dedico a Dalila Pereira da Costa, Mulher fecunda em Graças, na saudade de uma
partida que O não É, o poema Mulher Mátria e um Sonho Luz tido na madrugada da
Lua Cheia das águas de Neptuno e, bem a propósito, também Dia internacional da Mulher deste ano de 2012, no qual a Lua, a Mãe Terra e Todos Nós recebemos as vibrações de explosões pouco usuais no Sol fecundador.
Lua Cheia das águas de Neptuno e, bem a propósito, também Dia internacional da Mulher deste ano de 2012, no qual a Lua, a Mãe Terra e Todos Nós recebemos as vibrações de explosões pouco usuais no Sol fecundador.
Mulher Mátria
Teu corpo sangra.
E nessa morte
renasces
eternamente,
num redondo
sem princípio
nem fim.
És.
Fecunda, sempre.
Forte na partida
no prazer da diáspora,
cumprida.
Doce no regresso
aberta
consentindo em ti
outras vidas.
Sem mais dor
de (te) prenderes
no desejo vazio
que já não és.
Corpo terra,
mar sangue.
Mulher vida.
Mãe.
Pátria.
Amada amiga.
Toda vazia
só podes receber.
Potência de ser.
Consagração amorosa
do poder de criar.
Corpo
sacrário ardente
teu fogo resplandece.
Emoção interior
união semente
lua autogerando
no ventre
O que recebes
de um sol...
Rende-te.
Incendiada
aberta que foste
pela chave do sagrado
para sempre...
carminda proença
sesimbra às 11h do dia
1 de Junho de 1991.
Sonho Luz
Todos sabemos como a reciclagem e
a não poluição são críticas para a sobrevivência do planeta Terra e de todas as
espécies que nele vivem. Sabemos também como é urgente encontrar novas formas
de lidar com o aumento das necessidades energéticas.
Sabemos ainda que a vida no
Universo é feita de vibração e partículas a que chamamos energia, desde a radiação
cósmica primordial até à maior densidade da matéria que se vai formando ao
longo da sua expansão. Aprendemos que diferentes estados de manifestação
correspondem a diferentes frequências de vibração.
Sabemos que não podemos
percecionar ou compreender e muito menos podemos controlar todo esse Universo
vibratório e suas múltiplas manifestações.
Podemos nós de algum modo
influenciá-las? Até que ponto?
Poderemos realmente diminuir a
poluição e tornar mais limpa a Terra que habitamos? É a poluição unicamente uma
condição do que chamamos matéria ou poderá também ser um estado mental ou
emocional? Ou até mesmo um estado espiritual…?
O Planeta Terra parece ser capaz
de reciclar, transformar e recriar a maior parte das formas de vida que nele
existem. E nós, humanos, até que ponto somos capazes de compreender como
podemos reciclar, transformar e recriar não só a matéria que manipulamos e seus
detritos mas também os nossos corpos, pensamentos, emoções, cooperando
consciente e responsavelmente na obra de criação que todo o Universo parece
ser?
Algo de importante e crucial
falta ao nosso entendimento para que possamos “ver” como realizar esse
desígnio, sabendo nós que matéria e energia, em nós humanos e em toda a
criação, são parte de uma mesma realidade vibratória. Esta consciência parece
ser vital para que, como humanidade, alcancemos o que pode permitir à nossa
espécie sobreviver e desempenhar o seu papel na harmonia da própria vida.
As necessidades de produzirmos
mais e mais energia para alimentar aquilo a que chamamos ilusoriamente melhor
qualidade de vida, levam-nos a transformar materiais que a Terra nos oferece em
outros que ela parece incapaz de reciclar: lixos radioativos, derivados do
petróleo e toda a espécie de poluição.
A luta pela posse das fontes de
energia inunda-nos de poluição emocional que explode em violência destruidora.
No nosso tempo parece urgente e
crucial para a sobrevivência que encontremos novas formas “limpas” e pacificas
de obter a energia suficiente para a saúde e harmonia básicas de Todos Nós.
O que pode tornar esta nossa
época especial nessa busca?
Está agora a chegar à Terra
radiação do exato momento da criação universal e alguns cientistas esperam
assim conseguir obter informação que possibilite novas soluções para este
problema. Talvez novas maneiras de entender a realidade e novas experiências
vibratórias possam ser abertas na nossa mente e sentidas nos nossos corpos
capacitando-nos para nos tornarmos conscientes de novos estados de ser, de
novas formas de produzir e utilizar energia…
Alguns afirmam que esta caixa de
Pandora está prestes a abrir-se ao mesmo tempo que a ciência fala da Partícula
de Deus e afirma que em breve poderá conseguir demonstrar a sua existência.
Partícula de Deus é a alcunha usada para referir o bosão Higgs pela sua enorme
importância na confirmação da atual teoria sobre a existência do Universo.
Esta nova vibração, esta nova luz
está certamente também a atingir a nossa Consciência. Existirá sincronicidade
entre os cientistas que trabalham para desenvolver o conhecimento necessário à
tecnologia de utilização da reação nuclear de baixa energia - abundante e não
poluente, também chamada fusão a frio, que pode originar grandes mudanças
geoeconómicas e minorar as tão nefastas alterações climáticas – e os praticantes
da espiritualidade interior, cada vez mais numerosos e cuja intuição e sentir
vem revelando a existência de uma luz acessível à visão interna, uma faísca
brilhante irradiante, que na sua consciência e no seu corpo se revela como uma
miraculosa Presença de harmonia, de amor e cura?
Seja qual for o nome que chamemos
a essa Presença Viva que nos habita – Origem, Fonte, Presença, Mestre, Eu
superior, Deus, Espirito – qualquer um de nós que a ela se abra na sua busca
espiritual, que nela acredite e confie, mais cedo ou mais tarde senti-la-á e
com ela se encontrará no mais profundo e íntimo do seu ser.
A alma (re)conhecerá essa luz. Arde
como um fogo mas não queima. É uma luz que não faz sombras antes dilui toda a
separação, como o ar. É uma água de luz cristalina que não molha mas lava todos
os medos…
Uma fonte primordial de Vida, presente
em todos os seres, em todos os humanos, em toda a Criação.
Ao procurarmos e focarmos essa
Luz interna descobrimo-nos antenas que a transmitem tal como a recebem. E nessa
partilha todos saberemos também o que cada um tem a fazer para prover as suas
necessidades e as de todos os seres, em total paz e harmonia.
O Poder desta Luz que transforma
e transmuta o nosso ser, que transcende os limites da separação e nos capacita
a sentirmo-nos Um, totalmente imersos nesse Amoroso e doce alimento não têm
limites. Acabarão as ilusões, os próprios conceitos de “evolução”, de “espaço,
“de tempo”, de “realidade” se transformarão.
Assim é a Luz do Cristo
Ressuscitado, a Ascensão até à Origem onde as nossas raízes se ancoram firmes e
seguras. O regresso a Casa de onde nunca verdadeiramente saímos e onde nos
conheceremos na verdade do Ser.
Carminda Proença
sesimbra, 8 de março de 2012.
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