Pela primeira vez não concordo com o pensamento do dia de Omraam Mikhaël Aïvanhov (1) pois acredito que amar é também aceitar todos os "lixos" acumulados por baixo dos tapetes e nas caves de ser, com total noção (awareness) de que Todos Nós os temos.
Amarmo-nos e amar os outros é estar próximo mesmo na distancia de espaço e tempo, apesar e com tudo o que somos. Pois o amor não tem espaço nem tempo nem limites nem julgamentos nem "ses", nem expectativas...
É eterno, incondicional, total, compassivo. Oferece-se a quem a Ele se abre e O acolhe.
Á medida que cresce em nós vai ocupando todos os recantos do nosso ser... e nada mais nos faltando, mesmo assim, continuaremos a amar porque Ele simplesmente flui entre nós.
E os "lixos"? - perguntaremos. Mesmo continuando a existir, inerentes que são à densidade corporal da condição humana, tornar-se-ão claros à nossa consciência como forças básicas que ajudam a lidar com os assuntos da materialidade. Assim integrados na nossa condição de “seres amantes” deixarão no entanto de assumir o controlo das nossas acções ao serviço do ego.
A imagem da fonte que corre, essa sim, é linda e representa bem na nossa imaginação o fluir de amor. Por isso a destaquei com um espaço do resto do texto.
Carminda Proença
(1) Pensamento de 5ª feira 6 de Janeiro de 2011 Obras de Omraam Mikhaël Aïvanhov: www.prosveta.com
"Guardai preciosamente na vossa alma a imagem de uma fonte a
correr, para nunca deixardes secar em vós a fonte da vida. E,
para fazer correr a fonte, é preciso amar. Evidentemente, vós
direis que amais e que toda a gente ama. Sim, mas que amor é
esse? Um amor que vos faz sofrer.
Aquele que possui a ciência do verdadeiro amor está
continuamente inspirado, dilatado, vive na poesia, na beleza,
porque aprendeu a amar todas as criaturas humanas.
Mas ama-as de longe, pois sabe que, se se aproximar muito, ficará desiludido,
e, como não quer ficar desiludido, mantém as distâncias; então,
quer essas criaturas manifestem bondade, generosidade,
fidelidade, quer não, ele vive maravilhado. Por isso, a todos os
que se queixam de ter ficado desiludidos com aqueles que amam,
podemos responder: «A culpa é sua, você quis aproximar-se
demasiado e, evidentemente, o que viu não é famoso: caves com
mofo e teias de aranha, pântanos, terrenos cobertos de silvas e
espinhos... Era fatal você ficar desiludido.» Portanto, é isto:
se se quiser continuar a amar os homens e as mulheres e a ficar
maravilhado com eles, há que contemplá-los um pouco de longe."
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