dezembro 05, 2010

O Desafio do Agora

A evolução não pára.
Cada Agora no Tempo e no Espaço traz à consciência humana um novo desafio. De crescimento. De expansão. De ascensão da sombra da não memória para a iluminação da consciência do ser. De transmutação da densidade que acumulámos na densificação progressiva do processo evolutivo, a caminho de uma nova transparência de luz cristalina.
É um trabalho alquímico do sentir da matéria para o sentir da energia, feito através
do jogo de espelhos de uma ilusória dialéctica da separação do dentro e do fora, do em cima e do em baixo, que acabarão por se nos revelar como uma única e una realidade.
A força tsunamica da nossa natureza primordial está inundando neste Agora colectivo vivencial a estrutura social que materializamos e construímos e na qual nos experimentamos, vivemos, ou mais exactamente, sobrevivemos e aprendemos. Força evolutiva em sincronia astrológica com a entrada de Plutão em Capricórnio.
Os acontecimentos que assim emergem neste Agora são reveladores da urgência em mudar a forma como criamos, acumulamos e distribuímos os bens materiais, que são aqueles em que está assente a organização da nossa sociedade.
Assim vamos percebendo que chegou o Tempo de, enquanto Humanidade, neste nosso Espaço de aprendizagem (o Planeta Terra) darmos mais um passo de ascensão colectiva relativamente a essa aprendizagem.
Têm vindo a ser conhecidos e a tornar-se claros os graves erros cometidos, etapa indispensável para que possamos corrigi-los. Daí a necessidade de focalizarmos na transparência retirando os véus que ocultam todos os aspectos da macro gestão colectiva dos bens comuns. Ao serem levantados, darão oportunidade à nossa consciência colectiva de perceber e corrigir os erros cometidos.
O desafio deste nosso Agora é sermos capazes de iluminar as sombras  e fazer novas escolhas. Encontrar novas formas de organização colectiva que se tornem transparentes, fraternas e justas. Organizar uma gestão mais humana, mais consentânea com a ascendente evolução da nossa consciência de sermos todos um: uma unidade vibratória e ressonante, neste Agora objectivada numa “rede” energética de informação e comunicação a  vertiginosa velocidade, tecnologia que fomos sendo capazes de construir e nos revela cada vez com mais clareza como uma Aldeia Global, proporcionando uma nova forma de exercício da cidadania.
O primeiro desafio deste nosso colectivo Agora é a obtenção da TRANSPARÊNCIA na gestão dos bens comuns. Só ela nos pode ajudar a evoluir como humanidade consciente. Só a partir dela poderemos perceber como mudar. Mudar e melhorar as estruturas sociais e económicas em que nos movemos e as formas de organização cívica e política que as sustentam.
As forças cíclicas e tsunamicas da evolução do universo que somos colocam-nos perante este desafio neste Agora, neste Espaço Tempo. Estamos já adiantados na fase em que as ditaduras de poderes centralizados e opressores foram caindo. A democracia é, no entanto, ainda uma recém nascida tentando sobreviver e crescer, encontrar a sua identidade própria em novos caminhos.
Torna-se cada vez mais óbvio que o grande erro a corrigir neste Agora está do lado dos VALORES que escolhermos privilegiar.
A afirmação dos valores inerentes a uma fraterna produção e distribuição dos bens necessários à vida são o nosso maior desafio actual. É essa a ética da nova gestão que precisamos de saber organizar.
Os acontecimentos mostram-nos por onde começar. A informação circulante diariamente nos indica que será pela nossa individual e colectiva exigência da TRANSPARÊNCIA e da ÉTICA na gestão dos bens que, neste Agora de Espaço Tempo, poderemos prosseguir a senda evolutiva a caminho da nossa humana realização.
Os representantes nos organismos internacionais começam já a falar da urgência de estruturas reguladoras ao nível global. Será, mas teremos de assegurar que tais estruturas nos manterão efectivamente informados proactivamente. A “rede” (net/media) de que dispomos já o permite, o que falta é a INTENÇÂO, a VONTADE, a ATITUDE certas, decorrentes do assumir consciente dos valores da humanização fraterna e da plena cidadania, no âmago de cada um de nós.
É por isso primeiro que tudo um salto a dar interiormente, da nossa vontade social egocentrada (os meus interesses individuais, e os interesses dos que os protejam e reforçam, acima de tudo e todos) para a vontade emanada do chamado eu superior, na consciência de que somos todos um e ou evoluímos juntos ou não sobreviveremos.

Focar a consciência, potencializar a energia
Uma das características humanas mais importantes é o facto de a consciência ter a faculdade de poder dirigir o ponto de focagem da sua atenção, deslocando-o no tempo e no espaço e expandindo ou restringindo o objecto focado como o zoom de uma câmara fotográfica.
Fazemo-lo constantemente de forma natural mas poucos são aqueles que se ocupam em se observar ao fazê-lo e essa é, de facto, uma das primeiras condições de podermos realmente VER e AGIR sobre o que somos. Ao expandirmos o foco teremos uma visão mais ampla e ao focalizarmos de novo poderemos perceber no nosso micro mundo pessoal se estamos, e como, a agir no sentido da transformação necessária que escolhemos, assim contribuindo para o bem comum.
A prática desta forma de auto observação torna-nos ainda mais conscientes de que SOMOS consciência e abre-nos todo um novo mundo de possibilidades de crescimento interior. Todos os ensinamentos que ao longo dos séculos têm procurado o aperfeiçoamento humano nos propõem a prática desta auto observação de modo regular.
Ensinam-nos também que a força, a energia vital de crescimento e desenvolvimento, segue o foco da nossa atenção. É relativamente fácil fazer essa experiência no nosso próprio corpo. Ao nos concentramos numa pequena área do nosso corpo – uma mão ou um pé por exemplo – após alguns segundos começamos a perceber algumas novas sensações no local; talvez calor, talvez formigueiro ou outras. Podemos até aprender a usar essa capacidade para desbloquear, reequilibrar ou potenciar a energia reduzindo ou eliminando a dor, por exemplo.

Como agir?
A acção necessária inclui a focagem da atenção no desbloqueamento da energia bem como na sua harmonização ou equilíbrio, em cada um e em todos os empreendimentos. Ao nível físico como ao nível psíquico, social ou mesmo espiritual. Quaisquer que sejam as palavras que usemos para os designar, estes “níveis” não são senão outras tantas formas de vida do nosso ser. Mais ou menos densas, mais ou menos amplas, mais ou menos vibráteis, mais ou menos luminosas...
O nosso ser individual, a humanidade global ou o universo, são um. Um só. Um Eu Sou.
Cada um de nós pode cooperar para a evolução global agindo de forma mais ou menos ampla nos vários planos de existência, de acordo com a amplitude de “focagem” consciente e capacidade de mobilização da energia vital. Sendo que precisamos neste Agora sobretudo de manter a focagem na INTENÇÂO decorrente dos VALORES fraternos comuns.

As organizações que temos
O que observamos na generalidade das organizações contraria em muitos aspectos este propósito evolutivo. A maior parte das vezes a gestão do bens é feita de forma egocentrada, negligencia as premissas da TRANSPARÊNCIA, dos VALORES da FRATERNIDADE e da clara INTENÇÃO neles enraizada.
As próprias organizações que sustentam o lado material das práticas mais espirituais continuam frequentemente de várias formas a praticar uma divisão entre a prática espiritual e a gestão dos meios para a assegurar. Comportam-se quase sempre nesta última área como os restantes grupos e organizações da sociedade laica.
É urgente promover uma informação pro activa generalizada e transparente da gestão dos bens, bem como da intenção subjacente à sua aplicação, alicerçada na força dos valores que acrescentam humanidade à vida de todos.

Que cidadãos queremos ser?
A força vital evolutiva passa por nós. Cada um e todos somos a humanidade em marcha.
Muitos sentem já claramente a presença interna dessa força que emana da Origem, do Ser e aprendem como focalizar a sua atenção nela e dela receberem a intenção certa dos valores que nortearão a sua acção. Tenhamos esperança que sejamos cada vez mais a conscientemente cooperar no nosso comum processo da evolução!
Queremos agir. Queremos participar. Queremos ajudar. Queremos construir um mundo melhor para todos.
Exigiremos cada vez mais receber informação verdadeira e ajudaremos cada vez mais a divulgá-la. Exigiremos cada vez mais que seja transparente e verificável. Rejeitaremos e afastaremos quem a tal se opuser.
Rejeitaremos sobretudo os que continuem a agir de forma socialmente egocentrada e manipuladora, ocultando a verdade.
Seremos capazes de nos unir para decidir, para escolher. Às claras, de forma límpida e participativa.
Avaliaremos os resultados obtidos à luz do progresso social fraterno da nossa comum humanidade.
Faremos assim nascer uma nova identidade de Cidadãos, uma cultura de Cidadania para um mundo melhor.

Carminda H Proença
Sesimbra, 27 de Outubro de 2010
PORTUGAL

2 comentários:

elizabeth trench disse...

Gostei muito. Parabens

Ofélia Vieira disse...

Excelente ensinamento para uma mudança de atitude individual e por conseguinte criar uma nova coesão fraterna. Muito obrigada, pela partilha destes nobres saberes.
Abraço de luz.